Hilton Souza

Foto: Juliana Guimarães

Hilton Souza
“Sou um vitorioso, mesmo sendo o último colocado, fiquei pertinho do candidato que assumiu a cidade durante oito anos”. Esta foi a frase que marcou a entrevista coletiva com Hilton Coelho, candidato do Psol pela Prefeitura Municipal de Salvador em 2008. Em encontro descontraído na FIB - Centro Universitário da Bahia, no dia 4.11, estudantes do curso de jornalismo elaboraram perguntas sobre a vida da nova figura política e a polêmica eleição da capital baiana.

Bastante conhecido após a sua candidatura e com o jingle de sucesso “Hilton 50”, como é carinhosamente chamado, deixou clara toda a história desta eleição e declarou, com o ego elevado, “no segundo turno, votei 50”. A intenção de Hilton Coelho foi apontar o descrédito de ambos os candidatos da fase final da eleição e o desmerecimento de seu voto por eles.

O candidato evitou falar sobre 2010, mas alfinetou, “o povo é quem fala em um deputado estadual do Psol”. Com os olhos voltados para a eleição que vem por aí, Hilton não deixa dúvidas sobre o seu projeto político. Seguindo os passos da fundadora do Psol, Heloísa Helena, que é dissidente do PT Nacional, declarou que sua militância no PT deixou marcas de mudança, destacando que o governo do presidente Lula não o agradou. “Foi esse o motivo de minha desfiliação do Partido dos Trabalhadores. A meta agora é fortalecer o Psol aqui na Bahia”, conclui.

A campanha corpo a corpo não pára por aí. “Esta entrevista está muito calorosa, estou lembrando a sabatina promovida pelo Jornal A Tarde”, falou o candidato, pontuando sua agenda de debates, palestras e coletivas com universidades, associação de moradores, igrejas e muito mais. “Uma política de verdade se faz assim, o que queremos é isso, o contato com o povo”.

Hilton Barros Coelho é o nome completo do candidato soteropolitano. Aos 37 anos, acumula uma experiência de militância forte. Desde a adolescência em 1987, participou do Movimento Estudantil do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia). Também atuou no movimento estudantil universitário, ganhando destaque por lutas no Movimento Sem-Teto.

Hoje, atual servidor público do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e mestre em história pela Universidade Federal da Bahia, é um estudioso das resistências populares e tem como seus maiores desejos o início de carreira política administrando sua própria cidade. Participou de uma das mais disputadas eleições municipais do país, teve um patrimônio declarado em 15 mil reais e garante não ter gasto nem a metade dos 100 mil estimados na previsão.

“Tivemos uma campanha regada de doações, trabalhadores feito nós retiraram o dinheiro do bolso”, lembra o político, emocionado, alertando para a fraternidade de quem quer ver uma Salvador diferente. Além de declarar posicionamento polêmico a respeito das atuais e antigas administrações que se curvam ao discurso carlista ou anti-carlista.

Para Hilton, não é válido seguir nenhuma das alternativas políticas passadas. Ele garante que é preciso reformulação política nos planos aprovados. O PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município do Salvador) é um dos pontos mais questionados por ele. Esse Projeto de Lei Nº 216/2007 é bastante criticado por beneficiar a classe dominante e acabar com o verde da Avenida Paralela, elevando a possibilidade de construções verticais à beira da orla marítima.