Hilton Souza



ARTIGO
Hilton Souza
É notícia no País inteiro : em 26 de maio de 2007, morre mais um jovem brasileiro inocente, Luis Henrique Dias Bulhões, de 13 anos, vítima de mais um acidente de operação policial. Desta vez no estado do Mato Grosso, em Rondonópolis, localizado à 210km de Cuiabá. O imprevisto aconteceu durante uma operação de apresentação da Polícia Militar que resultou além dessa morte, diversos feridos.
Governo do Estado, Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso, Secretária de Justiça, Secretaria de Segurança Pública, Polícia Civil ou até mesmo Presidência da República podem seguir alguns de seus meios “legais” para se defender de mais esse episódio. Mas o povo não se rebela contra essas baboseiras que continuam a entristecer a nação.
Simulação num local onde havia em torno de 500 pessoas assistindo as “apresentações” do Grupo de Operações Especiais (GOE), militares atiraram balas de verdade, onde deveriam ser balas de festim(borracha). Aquilo que aconteceu em Mato Grosso, é vida real,Embora para muitos que não sabem o sentido de uma realidade camuflada. Lembro a todos que as palavras ônibus, seqüestro, polícia, morte e inocente não se juntam pela primeira vez num só noticiário.
Em 12 de junho de 2000, um sobrevivente da chacina da Candelária, Sandro, de 19 anos, entrou em um ônibus no Rio de Janeiro, fez diversos passageiros reféns. Resumindo, vítima do sistema que manifestava sua revolta, válida ou não, mas manifestava. Isso não vem ao caso, o importante do assunto é que um “policial” achou que atirando em Sandro, acabaria com toda aquela tensão.
Mas não, a história do seqüestro e da refém inocentemente morta, resultaram num filme (Ônibus 174). Logo, comparando os dois enredos, não existe muita diferença. Apenas percebemos igualdades nos resultado. Não darão nada para a polícia novamente.
Todos nós sabemos que de um jeito ou outro, a polícia brasileira é despreparada. Também pudera, o salário não é uns dos melhores. Embora, isso não seja motivo para atirar para todos os lados. Pois bem, o governador poderá até dar uma assistência familiar, já que é o mínimo esperado diante da situação desastrosa causada.
Talvez Luís Henrique se torne mais um, mais um herói “morto”. Aqui no Brasil é “danado pra isso”, como dizemos nós baianos. Aeroporto aqui, nome de rua lá, monumento aqui, praças e bustos ali. É assim que todos eles fazem com os “mais importantes”.
Mas quer saber “doutores” políticos, não é essa recompensa que nós queremos não. Queremos solução, queremos paz, preparo, sossego, dinheiro devolvidos e muitas outras coisas que poderiam encher essas laudas escritas por um pobre favelado e estudante.
João Hélio, morto por delinqüentes, marginais. Agora o pequeno Henrique morto por um policial. Parece até a brincadeira “Polícia - ladrão” que muitas crianças passam a brincar diante do desespero, desrespeito e despreparo.

One Response so far.

  1. Matos says:

    adorei o texto, cada dia que passa meu grande amigo Hilton se especializa ainda mais na sua área, sucesso pra você!